A juíza da 1ª Zona Eleitoral de Goiânia, Maria Umbelina Zorzetti, determinou a inelegibilidade do governador Ronaldo Caiado (União Brasil) e a cassação da chapa do prefeito eleito de Goiânia, Sandro Mabel (União Brasil). A decisão faz parte de uma Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE) que apurou abuso de poder político, destacando o uso indevido do Palácio das Esmeraldas, sede do governo de Goiás, para eventos de apoio à candidatura de Mabel.

Na última semana, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) condenou Ronaldo Caiado à inelegibilidade por um período de oito anos, inviabilizando sua participação em qualquer cargo eletivo até 2032. A decisão teve como base ações irregulares cometidas durante o processo eleitoral, como abuso de poder econômico e político, incluindo a distribuição de benefícios financeiros em período pré-eleitoral e o uso de estruturas governamentais para promover sua campanha.

A condenação foi decidida por maioria no plenário do TSE e já está em vigor. Embora Caiado possa recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF), os efeitos de sua inelegibilidade permanecem inalterados durante a tramitação do recurso.

Caiado era apontado como uma das principais lideranças da direita moderada para as eleições presidenciais de 2026. Seu nome era visto como uma alternativa de consenso entre alas do centro e da direita, em um cenário polarizado entre o ex-presidente Jair Bolsonaro e possíveis candidaturas da esquerda. Com sua inelegibilidade, outros nomes do campo conservador, como Tarcísio de Freitas (Republicanos), governador de São Paulo, e Romeu Zema (Novo), governador de Minas Gerais, ganham força para disputar esse espaço.

Em pronunciamento à imprensa, Caiado classificou a decisão como "injusta" e "política", afirmando que sempre atuou dentro da legalidade. “Nunca usei meu cargo para vantagens pessoais ou eleitorais. Confio na justiça brasileira e acredito que essa decisão será revista”, declarou. Caso o STF mantenha a condenação, Caiado terá de buscar alternativas para manter sua relevância política, como atuar nos bastidores ou assumir posições não eletivas dentro de seu partido.

A decisão do TSE também reforça o combate às práticas irregulares em período eleitoral, enviando um recado claro aos políticos sobre a intolerância à utilização indevida da máquina pública. Além disso, cria um vácuo no campo conservador, que agora precisará redefinir suas estratégias para 2026.

Enquanto o cenário eleitoral permanece incerto, a condenação de Ronaldo Caiado marca um momento decisivo na política nacional, evidenciando o papel cada vez mais central das decisões judiciais na definição dos rumos do país.