O ex-ministro e ex-candidato à Presidência da República pelo PDT, Ciro Gomes, foi incluído na lista de inadimplentes do Serasa devido a uma dívida de R$ 1 mil. O valor refere-se ao não pagamento de honorários advocatícios, resultantes de um processo judicial que ele perdeu contra o colunista Felippe Hermes.
A ação foi movida por Ciro em 2021, mas foi considerada improcedente e concluída em 2023. O caso foi julgado no Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, onde o político processou Hermes por um artigo que criticava sua proposta de reestatização da Petrobras. Além de solicitar a remoção da publicação, Ciro pedia uma indenização de R$ 10 mil.
No texto, o jornalista chamou a sugestão do pedetista de "maluca" e ironizou que ela poderia levar o Brasil ao SPC, fazendo alusão ao programa “Nome Limpo”, defendido por Ciro na campanha presidencial de 2018 para ajudar brasileiros endividados.
Justificativa da Justiça
O juiz Alexandre Schwartz Manica, da 10ª Vara Cível de Porto Alegre, rejeitou o pedido de Ciro, argumentando que figuras públicas estão sujeitas a críticas devido à sua exposição.
“A parte autora, por ser um político, está exposta a uma maior visibilidade, uma maior exposição pública, onde a crítica como opinião nem sempre fere a imagem e a intimidade, porque há disputas de caráter ideológico, devendo-se ter maior tolerância com certas manifestações, próprias do jogo político”, justificou o magistrado.
Como consequência, Ciro foi condenado a pagar 10% do valor da indenização exigida, mas não efetuou o pagamento, o que resultou na inclusão do seu nome na Serasa Experian.
Histórico de problemas judiciais
Essa não é a primeira vez que Ciro Gomes enfrenta problemas financeiros decorrentes de processos judiciais. Em 2024, o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) autorizou a penhora de bens do ex-governador devido ao não pagamento de uma dívida de R$ 31 mil. O montante era referente a honorários advocatícios de uma ação que ele perdeu contra jornalistas da Abril Comunicações, em 2018.
Procurado pela imprensa, Ciro Gomes não se manifestou sobre a nova inclusão no cadastro de inadimplentes.