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Com bebê reborn no colo, deputado Sargento Isidório afirma: "Ter boneca não é pecado"

Parlamentar baiano leva boneco hiper-realista à Câmara e critica exageros; projetos sobre o tema avançam no Congresso

Publicada em 21/05/2025 às 17:23h -


Com bebê reborn no colo, deputado Sargento Isidório afirma:
 (Foto: Com bebê reborn no colo, o deputado pastor Sargento Isidório (Avante-BA) diz que boneca ?não é pecado? (Reprodução))



Brasília (DF) - Em um dos discursos mais inusitados do plenário da Câmara dos Deputados neste ano, o deputado federal Pastor Sargento Isidório (Avante-BA) apareceu nesta terça-feira (20) com um bebê reborn no colo. Acompanhado de fraldas, roupinhas e uma mochila colorida sobre a bancada, o parlamentar usou o tempo de fala para defender que “ter uma boneca não é pecado”, mas fez questão de alertar que o apego excessivo a esses bonecos de silicone não pode se sobrepor ao cuidado com crianças reais.

“Se alguém cria um bebê ‘esborni’, compra roupinha, dá mamadeira, faz chá de fralda, faz gasto com esses bonecos de silicone ou bonecas, sem querer importunar o SUS, ou padres e pastores, para inclusive ter que abençoar seus objetos de silicone, o que tenho a dizer é para que brinque com seus bonecos, não é pecado”, declarou Isidório, em tom crítico e bem-humorado.

Chamando a boneca de sua “neta”, o deputado baiano - que também é pastor evangélico - pediu para que os “pais” e “mães” de bebês reborn visitem orfanatos e abrigos de idosos. “Não devemos esquecer de nossas crianças feitas de carne e osso, que têm sentimentos, espírito e alma, e, na maioria das vezes, estão abandonadas”, reforçou.

A fala do parlamentar ocorreu em meio ao crescimento da polêmica sobre o uso dos bonecos hiper-realistas no Brasil. O tema, que ganhou força nas redes sociais com relatos de pessoas levando os brinquedos para consultas médicas e creches, agora também movimenta o Congresso Nacional.

A mobilização em torno dos bebês reborn já resultou na apresentação de ao menos quatro Projetos de Lei na Câmara dos Deputados. As propostas, vindas de diferentes partidos, tentam delimitar o uso dos bonecos em espaços públicos e regulamentar a assistência a pessoas que desenvolvem vínculos afetivos intensos com esses objetos.

Um dos projetos, de autoria da deputada Rosangela Moro (União-SP), propõe que o Sistema Único de Saúde (SUS) ofereça assistência psicológica a indivíduos que se considerem pais ou mães de bonecos reborn. Segundo o texto, o atendimento deverá incluir acolhimento, orientação terapêutica e apoio às famílias, uma vez que o fenômeno pode estar relacionado a luto, isolamento social ou carências emocionais severas.

Já o deputado Paulo Bilynskyj (PL-SP) protocolou proposta que proíbe expressamente o atendimento de bonecos hiper-realistas em unidades de saúde públicas ou privadas vinculadas ao SUS. Caso descumpram a norma, os profissionais poderão ser advertidos, suspensos e até demitidos. Instituições privadas também poderão ser multadas em até R$ 50 mil.

Outra proposta, assinada pelo deputado Zé Trovão (PL-SC), proíbe o uso de qualquer serviço público - como creches, escolas, hospitais e postos de saúde - por bonecos reborn, mesmo quando levados por pessoas que os tratem como filhos. O projeto reforça que os serviços públicos são destinados exclusivamente a seres humanos.

Originalmente criados como peças de arte hiper-realistas, os bebês reborn ganharam espaço entre colecionadores, artistas e pessoas em busca de conforto emocional. No entanto, o crescimento de casos de “adoção simbólica” desses bonecos - com certidões de nascimento fictícias, chás de bebê e até batismos - tem gerado discussões sobre os limites entre o afeto individual e o uso de recursos públicos.

Com sua performance inusitada, o deputado Sargento Isidório trouxe à tona a necessidade de equilíbrio. “Não é pecado ter boneca. Mas não devemos deixar de lado as verdadeiras crianças, as de verdade, que precisam de amor e de atenção”, concluiu.

O debate, que mistura saúde mental, liberdade individual, gasto público e até religiosidade, promete continuar nos próximos meses, à medida que os projetos tramitam nas comissões da Câmara.

 Fonte: Exame




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