A cidade de Avaré, no interior de São Paulo, foi abalada por um crime brutal ocorrido na tarde de quarta-feira (29), quando a enfermeira Márcia de Fátima Meira, de 40 anos, foi morta dentro do seu local de trabalho. O autor do crime é seu ex-marido, o fisioterapeuta Tani Roberto Neres Meira, também de 40 anos.
Segundo as autoridades, Tani invadiu a Unidade Básica de Saúde por uma entrada lateral, durante o expediente, e se dirigiu até a sala onde Márcia trabalhava. Ele trancou a porta e, em seguida, atacou a ex-companheira com uma faca. A vítima sofreu ferimentos graves no tórax, braços e abdômen. Ela chegou a ser socorrida com vida e passou por cirurgia de emergência, mas não resistiu.
O crime foi registrado pelas câmeras de segurança da unidade, que mostram o momento em que o agressor entra na sala, mas não captam as imagens do ataque em si. Tani foi detido em flagrante ainda dentro do posto de saúde e conduzido à delegacia, onde permanece preso. Ele responderá por feminicídio.
Márcia e Tani foram casados por duas décadas e estavam separados há pouco tempo. Segundo relatos de colegas e testemunhas, o homem já havia aparecido anteriormente no local de trabalho da vítima, tentando reatar o relacionamento. Ainda não se sabe se ela havia registrado alguma queixa formal por violência doméstica.
A enfermeira deixa uma filha. Em nota, a Prefeitura de Avaré decretou luto oficial de três dias e prestou homenagem à servidora pública:
"Márcia era símbolo de empatia, dedicação e cuidado. Sua ausência será sentida por todos nós. Este ato cruel reforça a urgência de combater a violência contra a mulher em todos os espaços."
O caso reacende o alerta sobre a importância de denunciar comportamentos agressivos e ameaçadores desde os primeiros sinais.
Mulheres em situação de risco ou pessoas que testemunharem casos de violência doméstica podem e devem denunciar pelos seguintes canais:
?Ligue 180 - Central de Atendimento à Mulher
?Ligue 190 - Emergência da Polícia Militar
? Disque 100 - Violação de direitos humanos
A tragédia de Márcia é mais uma marca dolorosa de um problema estrutural e recorrente no país. Que sua morte não seja em vão e que sirva como impulso para reforçar o combate à violência de gênero.