As equipes do Corpo de Bombeiros da Bahia seguem mobilizadas, desde a noite da última segunda-feira (2), para resgatar o jovem Sergio Rodrigo Guimarães, de 29 anos, que se recusa a descer do topo de uma árvore com cerca de 10 metros de altura, localizada dentro da Base Aérea de Salvador.

Sergio estava desaparecido desde março deste ano. Natural do Maranhão, ele havia viajado para a Bahia em busca de uma oportunidade de trabalho no interior do estado, mas, segundo relatos de familiares, teria enfrentado uma situação conflituosa no ambiente profissional, incluindo ameaças, o que pode ter contribuído para o seu estado emocional fragilizado.

De acordo com o major André Moreira, do Corpo de Bombeiros, Sergio apresentava sinais de instabilidade emocional ainda durante o trajeto do interior baiano até o Aeroporto de Salvador, de onde embarcaria de volta para casa. “Desde o caminho do interior para o aeroporto, ele já demonstrava que não estava bem psicologicamente”, afirmou o oficial.

O jovem teria invadido a área da Base Aérea ao pular uma cerca de proteção e, desde então, permanece no alto da árvore. As autoridades acreditam que ele levou alimentos consigo para permanecer no local, o que indica que a permanência pode ter sido planejada. Ainda assim, ele tem descido brevemente apenas para buscar mais comida antes de retornar ao topo.

A situação mobilizou familiares. A mãe e a esposa de Sergio viajaram de São Luís (MA) a Salvador na tarde de terça-feira (3), atendendo a um pedido do Corpo de Bombeiros, na esperança de ajudar na negociação e convencê-lo a sair da árvore. Apesar da forte carga emocional envolvida, as tentativas de aproximação não surtiram efeito até a noite desta quarta-feira (4).

“O contato com os familiares era uma das nossas maiores esperanças de convencê-lo a descer com segurança. Mas, infelizmente, ele ainda não respondeu aos apelos da mãe e da esposa”, lamentou o major Moreira.

A operação de resgate continua de forma cuidadosa. Por se tratar de uma situação que envolve possível transtorno mental e risco de queda, as equipes evitam qualquer abordagem que possa causar reações bruscas. Psicólogos do Corpo de Bombeiros e profissionais especializados em salvamentos de altura também acompanham a ocorrência.

A Base Aérea de Salvador, área sob jurisdição militar, permanece com acesso controlado, e a operação é conduzida em conjunto com representantes da Força Aérea Brasileira.

O caso chamou atenção nas redes sociais e levantou discussões sobre a importância do cuidado com a saúde mental, especialmente em momentos de pressão emocional e isolamento. A situação também ressalta a necessidade de assistência psicológica a trabalhadores que enfrentam deslocamentos interestaduais e estão longe do apoio familiar.

Até o momento, Sergio segue no topo da árvore, e o Corpo de Bombeiros afirma que manterá os esforços de negociação e segurança pelo tempo que for necessário.

Fonte: g1