O ministro da Casa Civil, Rui Costa, convocou na noite desta terça-feira (28) uma reunião de emergência para discutir os desdobramentos da megaoperação policial no Rio de Janeiro, que resultou em 64 mortes nos complexos do Alemão e da Penha. A ação, considerada uma das mais letais da história do estado, reacendeu o debate sobre a violência urbana e a necessidade de uma estratégia nacional coordenada de segurança pública.
A decisão do ministro ocorre horas após declarações do governador Cláudio Castro (PL), que afirmou que o Rio tem enfrentado o crime organizado “de forma isolada” e cobrou maior apoio do governo federal. Segundo fontes ligadas ao Planalto, a reunião, marcada para a noite de terça-feira, reúne representantes da Casa Civil, do Ministério da Justiça e Segurança Pública, da Polícia Federal, da Força Nacional e da Abin (Agência Brasileira de Inteligência).
O objetivo do encontro é avaliar a gravidade da crise e definir medidas emergenciais para conter o avanço das facções criminosas que atuam no estado, além de reforçar a cooperação entre os entes federativos.
Em resposta às declarações do governador, o Ministério da Justiça divulgou uma nota técnica lembrando que o governo federal tem investido no Rio de Janeiro por meio de operações integradas, repasses de recursos e programas estruturantes voltados ao combate ao tráfico de drogas e armas. Entre as iniciativas citadas estão o Programa Nacional de Segurança nas Fronteiras (VIGIA) e o Programa de Enfrentamento às Organizações Criminosas (ENFOC).
Fontes do governo apontam que Rui Costa pretende articular uma frente nacional de enfrentamento ao crime organizado, com participação ativa da União e dos estados mais afetados pela violência. A proposta é estabelecer protocolos conjuntos de ação, ampliando a troca de informações de inteligência e a atuação coordenada das forças policiais.
Enquanto isso, a operação que motivou a reunião segue sendo alvo de críticas de organizações de direitos humanos, que pedem investigação sobre possíveis excessos e violações durante a ação. Por outro lado, autoridades de segurança defendem que o confronto foi uma resposta necessária à escalada de ataques de facções criminosas que dominam áreas estratégicas da capital fluminense.
O Palácio do Planalto informou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi atualizado sobre o caso e acompanha as discussões de perto. Uma nova reunião interministerial deverá ser convocada nos próximos dias para consolidar o plano federal de apoio à segurança pública no Rio de Janeiro.
Redação: Rádio Vida, com informações da Voz da Bahia
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