Os ministros da Casa Civil, Rui Costa, e da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, devem desembarcar no Rio de Janeiro nesta quarta-feira (29) para uma reunião com o governador Cláudio Castro (PL). O encontro foi solicitado pelo governo federal após a megaoperação policial que deixou 64 mortos e 81 presos nas comunidades da Penha e do Alemão, na capital fluminense.
De acordo com o Planalto, o governo federal não foi comunicado previamente sobre a ação, considerada a mais letal da história do estado. A decisão de enviar os ministros foi tomada durante uma reunião emergencial convocada na noite desta terça-feira (28) pelo presidente em exercício, Geraldo Alckmin, no Palácio do Planalto.
O encontro contou com a presença de diversos integrantes da cúpula do governo, entre eles os ministros Fernando Haddad (Fazenda), Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais), Jorge Messias (Advocacia-Geral da União), Macaé Evaristo (Igualdade Racial) e Sidônio Palmeira (Comunicação Social da Presidência), além do secretário-executivo do Ministério da Justiça, Manoel Carlos de Almeida Neto.
Durante a reunião, representantes das forças de segurança federais reiteraram que não houve solicitação de apoio ou qualquer tipo de comunicação prévia por parte do governo do Rio. Segundo o Planalto, Rui Costa chegou a oferecer vagas em presídios federais para abrigar detentos de alta periculosidade, e Castro teria solicitado a transferência de dez presos.
Mais cedo, em entrevista coletiva, o governador Cláudio Castro afirmou que o governo federal negou pedidos anteriores de apoio logístico, como o uso de veículos blindados, alegando que a medida exigiria uma operação sob o regime de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) - algo que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem evitado autorizar, por considerar que o recurso deve ser usado apenas em casos extremos.
Ainda nesta terça (28), em compromisso no Ceará, o ministro Ricardo Lewandowski afirmou que não recebeu nenhum pedido formal do governador do Rio sobre a operação. “Não recebi qualquer solicitação do governador para esta ação, nem ontem nem hoje”, declarou o ministro.
Posteriormente, Castro afirmou que, diante das negativas anteriores, optou por não reiterar o pedido de ajuda ao governo federal antes de deflagrar a operação.
A ação, realizada nas comunidades do Complexo do Alemão e da Penha, teve como alvo integrantes da facção Comando Vermelho (CV) e gerou grande repercussão nacional e internacional devido ao elevado número de mortos e ao clima de tensão que tomou conta do Rio de Janeiro desde a manhã de terça-feira.
Redação: Rádio Vida | Com informações do Poder360
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