A noite deste sábado (7), marcada pela vitória do Bahia por 3 a 1 sobre o Náutico e pela conquista da melhor campanha geral da primeira fase da Copa do Nordeste, foi também manchada por uma cena de violência e covardia nas arquibancadas da Arena Fonte Nova. Um vídeo gravado por torcedores e amplamente compartilhado nas redes sociais mostra um homem agredindo duas mulheres durante uma briga nas cadeiras do estádio.
A gravação revela uma sequência de agressões físicas envolvendo quatro pessoas. Inicialmente, duas mulheres iniciam uma discussão acalorada que rapidamente evolui para empurrões e puxões de cabelo. Em meio à confusão, um homem surge e intervém de forma violenta, desferindo um tapa no rosto de uma das mulheres. Quando uma terceira mulher tenta conter a situação, ela também é agredida brutalmente pelo mesmo homem, que a empurra e a atinge com outro golpe.
O episódio ocorreu à vista de dezenas de torcedores que estavam próximos e ficaram visivelmente chocados. Apesar da gravidade da situação, não há registro de intervenção imediata de seguranças do estádio ou da Polícia Militar no momento da filmagem. A reação nas redes sociais foi imediata, com torcedores, páginas esportivas e figuras públicas cobrando medidas firmes contra o agressor.
Até o momento da publicação desta reportagem, nem o Esporte Clube Bahia, nem a administração da Arena Fonte Nova haviam emitido notas oficiais sobre o ocorrido. A Polícia Militar da Bahia também não confirmou se houve detenções ou identificação dos envolvidos.
A ausência de posicionamento oficial gerou ainda mais indignação por parte do público, que cobra ações contundentes diante de um ato de violência explícita e filmada em um ambiente que deveria ser seguro para todos os torcedores, especialmente mulheres.
Organizações de defesa dos direitos das mulheres e especialistas em segurança de eventos esportivos destacam a gravidade do ocorrido. Para elas, é fundamental que o agressor seja identificado e responsabilizado pelas ações, além de que haja revisão dos protocolos de segurança interna dos estádios.
“Não é apenas um caso de violência isolada. Isso reflete a cultura de impunidade e o machismo estrutural que ainda permeiam os ambientes esportivos. As autoridades e o clube precisam se posicionar com urgência”, afirmou Carla Mendonça, advogada especialista em direito esportivo e integrante de uma ONG que atua na proteção de mulheres em eventos públicos.
O caso também mobilizou movimentos de torcedores organizados, que exigem identificação do agressor através das câmeras de segurança da arena e aplicação de punições como banimento dos estádios. Há também a cobrança por campanhas mais efetivas de combate à violência de gênero dentro e fora das arenas esportivas.