A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) vive um novo momento. Após meses de instabilidade, críticas internas e denúncias de gestão centralizadora, a entidade passa por um processo de reconstrução institucional e técnica que tem gerado um ambiente mais leve, coeso e promissor nos bastidores da Seleção Brasileira.
Desde a eleição de Samir Xaud à presidência, a chegada de Carlo Ancelotti ao comando técnico e a valorização do trabalho do diretor de seleções Rodrigo Caetano, a sensação nos corredores da CBF é de que, finalmente, o ciclo rumo à Copa do Mundo de 2026 ganha a organização e a confiança necessárias para colher resultados.
O novo cenário contrasta fortemente com as declarações recentes de Danilo, lateral e um dos líderes do atual elenco. Em entrevista ao ex-jogador e senador Romário, o atleta afirmou que a CBF, sob a gestão do ex-presidente Ednaldo Rodrigues, era uma “bagunça”. As palavras ecoaram com força no meio esportivo e sintetizaram o sentimento de insegurança e desordem que pairava sobre a Seleção.
Internamente, a diretoria atual evita confrontos públicos, mas reconhece que o modelo anterior era extremamente centralizador. Samir Xaud, por outro lado, busca descentralizar decisões, criar um ambiente de maior profissionalismo e, sobretudo, delegar responsabilidades com confiança.
Um dos primeiros atos de Samir foi dar autonomia plena a Rodrigo Caetano, que antes estava à margem das principais decisões. Na era Ednaldo, Caetano sequer participou das tratativas para contratar Ancelotti, apesar de ocupar um cargo-chave. Agora, ele atua como braço direito do treinador italiano, com poder de decisão e acesso direto à comissão técnica e ao elenco.
Com vasta experiência em clubes como Flamengo, Fluminense, Vasco, Atlético-MG e Internacional, Rodrigo traz uma bagagem de gestão moderna, dialogando com atletas e alinhando demandas com a direção da CBF.
A chegada de Carlo Ancelotti também provocou uma mudança sensível no ambiente da Seleção. O treinador italiano, multicampeão por onde passou, impôs respeito com sua história, mas surpreendeu a todos com sua simplicidade e capacidade de gerar confiança.
Segundo relatos internos, Ancelotti tem conquistado não só os jogadores, mas também o estafe da CBF, algo que nem Dorival Júnior nem Fernando Diniz conseguiram na transição conturbada da era Ednaldo. O técnico não demonstrou incômodo com as mudanças na cúpula da entidade e demonstrou confiança nas decisões de Samir e Rodrigo Caetano.
Após o empate com o Equador, pela Data FIFA de junho, o foco agora está voltado para a partida contra o Paraguai, na próxima terça-feira (11), em São Paulo. A comissão técnica quer uma atuação convincente para reforçar a ideia de que o novo ciclo começou, de fato, com os pés no chão e a cabeça focada na preparação para o Mundial.
O momento é de reconstrução, mas os pilares estão lançados. A nova gestão da CBF aposta em profissionalismo, autonomia técnica e bom ambiente para recolocar o Brasil como protagonista no cenário mundial. Dentro e fora de campo, o objetivo é claro: voltar a vencer e a conquistar títulos.