O Esporte Clube Vitória pode estar prestes a dar o passo mais ousado e transformador de sua história. O clube baiano negocia a venda de sua Sociedade Anônima do Futebol (SAF) ao Qatar Sports Investments (QSI), grupo de investidores do Catar responsável por gerir o Paris Saint-Germain (PSG), um dos maiores clubes da Europa. Caso a operação seja concluída, o Vitória entrará para um seleto grupo de clubes brasileiros controlados por potências financeiras internacionais, o que pode mudar definitivamente o patamar do Leão no cenário esportivo nacional.
A negociação é conduzida pelo Movimento Vitória SAF, grupo responsável pela articulação da transição de gestão do clube. Uma comitiva liderada por Marcone Amaral, ex-jogador revelado pelo próprio Vitória e com forte atuação no futebol do Catar - onde se naturalizou e chegou a defender a seleção local - prepara uma viagem estratégica ao país do Oriente Médio. O objetivo é apresentar o Vitória como um projeto com enorme potencial de crescimento e retorno sobre investimento, tanto em termos esportivos quanto estruturais e comerciais.
Além das tratativas com o QSI, o Vitória trabalha paralelamente em um projeto ambicioso de reestruturação do Estádio Manoel Barradas, o tradicional Barradão. A proposta é transformar o equipamento esportivo em uma arena multiuso moderna, com capacidade estimada para 50 mil torcedores, seguindo os padrões das grandes arenas internacionais.
De acordo com o planejamento da diretoria, as obras devem ser iniciadas entre janeiro e fevereiro de 2026 e serão totalmente financiadas por investidores privados, sem que o clube precise vender ou abrir mão da posse do terreno. O modelo prevê uma cessão de uso do estádio por até 35 anos para os parceiros responsáveis pela construção, mantendo o Barradão como patrimônio do clube ao final do período.
Para o presidente do Vitória, Fábio Mota, a futura Arena Barradão representa muito mais do que uma nova casa para o clube: simboliza a virada de chave definitiva rumo à modernização e ao fortalecimento da marca Vitória. Segundo ele, o estádio será um pilar fundamental para atrair novos patrocinadores, realizar eventos além do futebol e impulsionar o Vitória à elite de maneira sustentável.
"Estamos prestes a escrever um novo capítulo da nossa história. A SAF e a Arena representam um futuro de estabilidade financeira e competitividade. Não estamos vendendo o Vitória, estamos abrindo espaço para um modelo de gestão moderno e responsável," declarou o presidente.
Com a negociação em andamento, o Vitória poderá seguir o mesmo caminho de clubes como Botafogo, Vasco e Cruzeiro, que se tornaram SAFs e passaram a contar com aportes significativos de investidores internacionais. A possível aquisição pelo QSI, dono do PSG, colocaria o clube baiano em uma posição privilegiada no radar global do futebol, podendo facilitar intercâmbio de jogadores, desenvolvimento de categorias de base e internacionalização da marca.
O projeto prevê que, após a conclusão da venda, o Vitória passe a ser administrado por gestores profissionais ligados ao grupo investidor, com foco em metas esportivas e responsabilidade fiscal. O objetivo é tornar o clube competitivo nas principais competições nacionais e continentais nos próximos anos.
Enquanto aguarda os desdobramentos da negociação, o Vitória segue concentrado na disputa da Série A do Campeonato Brasileiro, mandando seus jogos normalmente no Barradão. Dentro de campo, o clube aposta em estabilidade e resultados para tornar o projeto da SAF ainda mais atraente, usando o desempenho esportivo como vitrine do potencial do Leão.
Se concretizado, o acordo com o QSI e a construção da nova Arena Barradão podem colocar o Vitória entre os clubes mais bem estruturados do país - com a promessa de retomar a grandeza histórica e, mais do que isso, de entrar em definitivo no mapa do futebol global.