Santo Antônio de Jesus (BA) – O clima foi de forte comoção na tarde desta terça-feira (20) após o anúncio da absolvição de Iuri Santos Abraão, conhecido como Iuri Sheik, acusado de matar o empresário William Oliveira durante os festejos juninos de 2019. O julgamento, realizado no Fórum Desembargador Wilde Oliveira Lima, terminou com o júri popular decidindo inocentar o réu, aceitando a tese de legítima defesa apresentada pela defesa.

A mãe da vítima, Nélia de Oliveira Vieira, não conteve o desespero ao ouvir o veredito. Em um vídeo gravado na porta do fórum e que circula nas redes sociais, Nélia aparece em lágrimas, profundamente abalada. “Meu Jesus, não estou acreditando”, disse, inconformada, enquanto era amparada por familiares e amigos. O vídeo gerou forte repercussão entre internautas, dividindo opiniões sobre o resultado do julgamento.

O caso teve grande repercussão na Bahia e em todo o país. William Oliveira foi atingido por disparos de arma de fogo em uma festa na cidade de Santo Antônio de Jesus, em junho de 2019. Iuri Sheik, conhecido por sua atuação como influenciador digital e por exibir uma vida de ostentação nas redes sociais, chegou a ficar preso preventivamente, mas respondia ao processo em liberdade.

Durante o julgamento, a defesa de Sheik argumentou que ele agiu para se proteger, alegando ameaça à sua integridade física. O júri acatou essa versão, resultando na sua absolvição. A promotoria, por outro lado, sustentava que se tratava de um homicídio doloso, com intenção clara de matar.

A decisão causou revolta entre familiares e amigos de William, que afirmam que a justiça falhou. “É muito doloroso ver meu filho morrer e o responsável sair livre. Isso não é justiça, é impunidade”, declarou Nélia, em entrevista a jornalistas na saída do fórum.

O caso reacende debates sobre o sistema de júri popular e a aplicação da legítima defesa em situações de violência. Enquanto a defesa de Sheik comemorou o desfecho como uma vitória da verdade, o sentimento de impunidade ainda ecoa entre os que clamavam por uma condenação.

Até o momento, a família de William Oliveira não informou se pretende recorrer da decisão.