A prisão do empresário Marcos Moura, conhecido como o "Rei do Lixo da Bahia", provocou um grande alvoroço na Prefeitura de Salvador, na última terça-feira (11/12). Moura, dono da MM Consultoria Construções e Serviços, uma empresa com contratos bilionários com a gestão de Bruno Reis (União Brasil), foi detido pela Polícia Federal (PF) durante a Operação Overclean, que investiga um esquema de corrupção envolvendo serviços de limpeza urbana. A operação não só atingiu o empresário, mas também causou apreensão entre os membros do alto escalão da prefeitura, gerando rumores sobre possíveis ramificações dentro da gestão municipal.
De acordo com fontes da coluna, a prisão de Moura causou pânico nas esferas superiores da Prefeitura de Salvador. A preocupação é que a operação possa se estender, atingindo figuras-chave da administração liderada por Bruno Reis. Nos bastidores, alguns membros do alto escalão temem que a operação, que já afetou figuras do baixo clero da gestão, possa atingir o próprio prefeito.
A situação se agravou com a detenção de Flavio Henrique Pimenta, diretor de Administração da Secretaria Municipal de Educação de Salvador. Pimenta foi preso sob a acusação de vazar informações privilegiadas para empresas envolvidas no esquema. No mesmo dia de sua prisão, ele foi exonerado do cargo, mas o impacto da sua prisão, em meio à Operação Overclean, gerou um clima de incerteza e temor sobre a extensão da investigação.
Marcos Moura, o "Rei do Lixo", é um nome conhecido na política baiana, especialmente devido à sua proximidade com líderes do União Brasil. Sua empresa, MM Consultoria, é especializada em serviços de limpeza urbana e possui contratos substanciais com a Prefeitura de Salvador e com prefeituras geridas pelo partido. Além disso, o empresário mantém uma boa relação com algumas das principais figuras do União Brasil, incluindo o ex-prefeito ACM Neto e o presidente nacional do partido, Antônio Rueda.
A prisão de Moura, que também envolveu o primo do líder do União Brasil na Câmara dos Deputados, Elmar Nascimento (BA), é mais um capítulo no escândalo que assola a capital baiana. Durante a operação, a PF encontrou R$ 200 mil jogados pela janela por Francisquinho Nascimento, primo de Elmar, quando a polícia chegou ao seu endereço. O incidente, registrado pelas autoridades, ampliou a atenção para a relação entre a empresa de Moura e o União Brasil, partido ao qual ele é filiado.
A operação já começa a revelar os detalhes de um esquema que, segundo a investigação, envolvia o pagamento de propinas em troca de contratos de limpeza urbana. As buscas realizadas pela PF também atingiram a MM Consultoria, evidenciando a conexão entre a empresa e os agentes políticos investigados.
A prisão de Marcos Moura e os desdobramentos da Operação Overclean estão deixando a gestão de Bruno Reis em alerta. O cenário atual levanta dúvidas sobre até onde a investigação poderá ir, e como os membros da prefeitura e aliados políticos reagirão a um escândalo de tamanha proporção. A expectativa é de que mais nomes possam ser envolvidos nos próximos dias, enquanto a PF segue com as investigações.