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RJ: Megaoperação no Alemão e na Penha deixa 64 mortos, 81 presos e provoca caos em todo o Grande Rio; ação é a mais letal da história do estado

Publicada em 28/10/2025 às 20:34h -


RJ: Megaoperação no Alemão e na Penha deixa 64 mortos, 81 presos e provoca caos em todo o Grande Rio; ação é a mais letal da história do estado
 (Foto: Reprodução | Fabiano Rocha | gência O Globo)



O Rio de Janeiro viveu, nesta terça-feira (28), um de seus dias mais violentos dos últimos anos. Uma megaoperação policial deflagrada nos complexos do Alemão e da Penha, na Zona Norte da capital, resultou em 64 mortes - sendo quatro policiais - e 81 prisões, além da apreensão de quase 100 fuzis. O governo estadual classificou a ação como a mais letal da história do estado.

A ofensiva, parte da chamada Operação Contenção, tinha como objetivo desarticular a cúpula do Comando Vermelho (CV), facção responsável por comandar o tráfico em diversas comunidades do Rio. Cerca de 2.500 agentes das forças de segurança foram mobilizados para cumprir quase 100 mandados de prisão, mas a chegada das equipes foi recebida a tiros ainda no início da madrugada. Vídeos feitos por moradores mostram rajadas intensas - cerca de 200 disparos em apenas um minuto - e colunas de fumaça se espalhando pelos morros.

Segundo a Polícia Civil, criminosos também lançaram bombas com drones em retaliação à presença das forças de segurança. Outros fugiram pela mata em fila indiana, em cenas que lembraram a ocupação do Alemão em 2010.

Repressão e retaliação

Com o avanço da operação, o tráfico reagiu de forma coordenada em diversos pontos do Rio. Durante a tarde, barricadas com ônibus, caminhões e entulhos foram erguidas em vias expressas como a Linha Amarela, Grajaú-Jacarepaguá, Linha Vermelha e Avenida Brasil, além de ruas movimentadas do Méier, Vila Isabel, Cascadura, Rio Comprido, Engenho Novo e Tijuca.

Houve também registros de bloqueios na BR-101, em São Gonçalo, na Região Metropolitana, ampliando o clima de caos. O Centro de Operações do Rio (COR) elevou o estágio operacional da cidade para nível 2, de uma escala de 5, devido à gravidade da situação. A Polícia Militar determinou o envio de todo o efetivo às ruas, suspendendo atividades administrativas.

“São aproximadamente 9 milhões de metros quadrados de desordem. Essa é a realidade. Lamentamos profundamente as pessoas feridas, mas essa é uma ação necessária, planejada e que vai continuar”, declarou o secretário de Segurança Pública, Victor Santos, ao destacar que 280 mil pessoas vivem nas áreas impactadas.

Mortos e feridos

Entre as 64 mortes confirmadas estão 60 suspeitos e quatro policiais, sendo dois civis e dois militares. Outros 15 agentes ficaram feridos.
Os policiais mortos foram identificados como:

  • Marcos Vinícius Cardoso de Carvalho (Máskara), 51 anos, chefe de investigação da 53ª DP (Mesquita);
  • Rodrigo Velloso Cabral, 34 anos, da 39ª DP (Pavuna);
  • Cleiton Serafim Gonçalves, policial do Bope;
  • Herbert, também do Bope.

Além dos agentes, três civis foram baleados: um homem em situação de rua, atingido nas costas e levado ao Hospital Getúlio Vargas; uma mulher ferida dentro de uma academia, que já recebeu alta; e um homem ferido em um ferro-velho.

Prisões e apreensões

A operação também levou à prisão de 81 suspeitos e à apreensão de 93 fuzis, duas pistolas e nove motocicletas. Entre os detidos está Thiago do Nascimento Mendes, conhecido como Belão do Quitungo, apontado como um dos chefes do CV na região. Outro preso, Nicolas Fernandes Soares, seria o operador financeiro de Edgar Alves de Andrade, o Doca ou Urso, considerado um dos principais líderes da facção.

O secretário Victor Santos afirmou que toda a logística da operação foi coordenada pelo estado, sem apoio do governo federal. “Toda essa estrutura é do próprio estado. Não há participação federal nesta ação”, disse.

Governo do estado e resposta de Brasília

Durante coletiva à noite, o governador Cláudio Castro afirmou que o governo federal negou três pedidos de apoio para o envio de blindados e homens da Força Nacional, alegando que seria necessário um decreto de Garantia da Lei e da Ordem (GLO), o que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se opõe a autorizar.
“Cada dia é uma razão diferente para não colaborar. O Rio está sozinho nesta luta”, disse o governador.

O Ministério da Justiça, por sua vez, negou as acusações e afirmou que atende prontamente a todos os pedidos feitos pelo governo fluminense, mantendo a Força Nacional em operação permanente no estado.

Impactos na rotina

As represálias do tráfico geraram reflexos imediatos no cotidiano da população. Mais de 100 linhas de ônibus tiveram itinerários alterados, e os corredores Transbrasil e Transcarioca do BRT também foram afetados. A Rio Ônibus recomendou que os passageiros evitassem deslocamentos não essenciais.

Diversas instituições de ensino, incluindo UFRJ, UERJ, UFF e Faetec de Quintino, suspenderam as aulas na tarde desta terça. Escolas particulares também liberaram alunos mais cedo por medo da violência. A Secretaria Municipal de Educação informou que 31 escolas foram impactadas no Complexo do Alemão e outras 17 na Penha.

Em meio ao pânico, moradores relatam medo e incerteza. “É como viver num campo de guerra. A gente não sabe se sai de casa ou se fica trancado”, disse uma moradora da Penha que preferiu não se identificar.

Alvos de outros estados e contexto

De acordo com o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), a operação contou com apoio de promotores e foi resultado de um ano de investigações conduzidas pela Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE). Parte dos alvos é de outros estados, incluindo 30 suspeitos do Pará, além de dois da Bahia e um do Espírito Santo mortos em confronto.

A ação desta terça representa uma nova fase da Operação Contenção, um esforço contínuo do governo fluminense para conter o avanço territorial do Comando Vermelho, especialmente em áreas de influência estratégica do tráfico.

Com tiroteios ainda sendo ouvidos na noite desta terça e o policiamento reforçado nas principais vias, o Rio de Janeiro encerrou o dia sob tensão e medo. Para muitos moradores, o que se vê é o retrato de uma cidade dividida entre a força do Estado e o poder das facções.

Redação: Rádio Vida, com informações do g1 RJ




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