O ex-presidente Michel Temer (MDB) intensificou as articulações para construir uma terceira via na eleição presidencial de 2026. Chamado de "Movimento Brasil", o projeto visa unir cinco governadores com potencial eleitoral para lançar uma candidatura de centro-direita, alternativa à polarização entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Temer trabalha para reunir:
Segundo aliados do ex-presidente, a intenção é construir um projeto político para o país, sem se prender a nomes específicos. A proposta se inspira no documento "Uma Ponte para o Futuro", que orientou a gestão de Temer entre 2016 e 2018, e prevê o debate de propostas antes da definição de uma liderança consensual.
Governadores de olho em 2026, O cenário entre os governadores é dinâmico:
· Ratinho Junior já foi lançado como pré-candidato pelo PSD, com apoio declarado de Gilberto Kassab, presidente nacional do partido, ainda em 2023.
· Eduardo Leite avalia sua saída do PSDB e é tratado como um "sonho antigo" de Kassab para reforçar o PSD. Em fevereiro de 2025, Leite afirmou que não descarta disputar a Presidência, embora esteja focado no governo gaúcho.
· Ronaldo Caiado oficializou sua pré-candidatura em abril, durante evento em Salvador, apostando numa possível federação entre União Brasil e PP para fortalecer seu projeto eleitoral.
· Romeu Zema e Tarcísio de Freitas acompanham com cautela os desdobramentos da situação de Bolsonaro, que está inelegível e enfrenta processos judiciais relacionados à tentativa de golpe de Estado.
Zema, Tarcísio, Ratinho e Caiado têm buscado se aproximar do eleitorado bolsonarista, especialmente após a manifestação realizada em 6 de abril de 2025, em favor da anistia aos condenados pelos atos do 8 de Janeiro, na qual participaram juntos e divulgaram manifestações conjuntas nas redes sociais.
Construção política: A estratégia de Temer é estimular o debate sobre um projeto nacional para o Brasil, antes de definir o candidato da terceira via. O ex-presidente aposta que apenas uma candidatura robusta, ancorada em propostas consistentes e capazes de dialogar com diferentes setores da sociedade, poderá quebrar a atual polarização política.
Enquanto isso, Lula busca consolidar sua base para a tentativa de reeleição e Bolsonaro, embora inelegível, segue exercendo forte influência sobre a direita brasileira.
O sucesso do "Movimento Brasil" dependerá da capacidade de Temer de unir correntes da centro-direita e do centro liberal em torno de uma proposta comum - um desafio que promete agitar o cenário político nos próximos meses.