O cenário político brasileiro vive uma fase delicada marcada pela redução da popularidade do  presidente Luiz Inácio Lula da Silva enfrenta um momento de queda na popularidade e de crescente desconfiança pública em relação à corrupção no Brasil. É o que mostra uma pesquisa recente da AtlasIntel, encomendada pela Bloomberg, destacando uma virada no humor dos brasileiros diante de fatores políticos, econômicos e sociais.

Aprovação em queda, o retrato do momento: Segundo os dados divulgados, o percentual de brasileiros que avaliam o governo Lula como “bom” ou “ótimo” caiu de 38% para 33% nos últimos meses. No sentido oposto, as avaliações “ruim” ou “péssima” subiram de 27% para 32%.

Essa oscilação negativa reflete um conjunto de desafios enfrentados pela atual gestão:

·   Economia sob pressão: o custo de vida elevado, a taxa de juros ainda alta e a recuperação econômica lenta têm gerado frustração entre os eleitores.

·  Crises e ruídos políticos: embates entre os Poderes e episódios envolvendo aliados do governo afetam a imagem da gestão.

·   Déficit de entregas: há uma percepção de que o governo federal ainda não conseguiu transformar promessas de campanha em ações concretas.

Corrupção volta ao centro das atenções: Outro dado alarmante é a intensificação da preocupação popular com a corrupção, que voltou a figurar entre os principais problemas apontados pelos brasileiros nas pesquisas.

Especialistas apontam alguns fatores por trás dessa mudança:

· Novas investigações: ações da Polícia Federal e do Ministério Público envolvendo políticos aliados do governo reacenderam a sensação de impunidade.

·  Cicatrizes do passado: escândalos como o Mensalão e a Lava Jato continuam influenciando a percepção pública, mesmo anos depois.

·   Discurso da oposição: adversários políticos têm intensificado o uso do tema corrupção como instrumento de desgaste contra o governo.

Economia trava avanço da confiança: Apesar de algum controle da inflação nos últimos meses, a economia ainda patina. Os preços seguem altos, a taxa Selic está em patamar elevado, e o endividamento das famílias alcança níveis recordes. Para muitos brasileiros, a recuperação prometida ainda não chegou.

Indicadores recentes mostram:

• Inflação acumulada em 12 meses: 5,53%
• Juros (Selic): 14,75% ao ano
• Taxa de desemprego: 6,6%
• Endividamento das famílias: 77,6%

Ambiente político polarizado amplia tensões

A forte polarização política entre defensores de Lula e apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro segue influenciando o debate público e dificultando avanços no Congresso Nacional. Essa divisão acaba travando votações importantes e reforçando a percepção de paralisia governamental.

Comunicação do governo em xeque: Mesmo com esforços em redes sociais e propagandas institucionais, a comunicação do governo ainda encontra dificuldades para apresentar conquistas de forma clara e convincente à população. Casos envolvendo ministros e figuras próximas à presidência também afetam negativamente a imagem da administração.

Olhar para o futuro: como reverter o cenário?

Para recuperar a confiança popular, o governo terá que acelerar sua agenda de resultados concretos. Isso inclui:

·      Melhor desempenho na economia, com geração de empregos e alívio no custo de vida;

 ·     Investimentos visíveis nas áreas sociais, como saúde, educação e assistência;

• Transparência e firmeza no enfrentamento a escândalos.

Por outro lado, a oposição seguirá apostando na retórica anticorrupção, especialmente de olho nas eleições municipais de 2026.

Governo Lula enfrenta seu momento mais delicado desde o início do mandato

A combinação de insatisfação econômica, percepção de corrupção e desafios políticos internos coloca o governo em uma posição delicada. O cenário exige respostas rápidas, clareza nas ações e capacidade de articulação para evitar o aprofundamento da crise de imagem.

Se conseguir reverter esse quadro, Lula poderá recuperar terreno nos próximos meses. Caso contrário, enfrentará uma jornada de desgaste até o próximo grande teste nas urnas.