Na reta final de sua gestão à frente do PSB, o presidente nacional Carlos Siqueira reforçou nesta sexta-feira (30) o compromisso da sigla com a reeleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2026. O anúncio foi feito durante a convenção nacional do partido em Brasília, que oficializará no domingo (1º) a eleição de João Campos, prefeito do Recife, como novo presidente da legenda.

Aos 31 anos, Campos assume o comando do PSB com o apoio unânime da cúpula socialista e com aval do próprio Lula, que deve marcar presença no encerramento do evento. A convenção reuniu figuras históricas da esquerda, como o ex-ministro José Dirceu, o senador Humberto Costa (PT-PE) e o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Márcio Macêdo, em um gesto claro de alinhamento entre PSB e PT.

Em seu discurso de despedida, Carlos Siqueira reafirmou a independência do PSB e negou que o apoio à gestão federal seja motivado por cargos. “O PSB não negocia princípios em troca de espaços no governo. Estamos com Lula por convicção, não por conveniência”, declarou.

Siqueira destacou ainda o papel de Geraldo Alckmin, vice-presidente e ministro da Indústria, como peça-chave da aliança PT-PSB. “Quando me perguntaram o que Alckmin deveria mudar para entrar no PSB, respondi: nada. Ele é um homem de princípios, como nós”, afirmou.

O partido também tem em sua cota ministerial Márcio França, titular da pasta do Empreendedorismo, outro nome de confiança tanto de Siqueira quanto de Lula.

João Campos assume o comando do PSB em um momento de transição geracional e de redirecionamento estratégico. De olho nas eleições estaduais de 2026, o prefeito do Recife deve disputar o governo de Pernambuco, enfrentando a atual governadora Raquel Lyra (PSD). A possível candidatura já conta com o endosso do presidente Lula, que vê em Campos um aliado estratégico para manter a esquerda competitiva no Nordeste.

Com quase 3 milhões de seguidores nas redes sociais e boa aprovação em sua gestão, Campos é visto como uma possível liderança nacional para o futuro. Nos bastidores do PSB e até entre quadros do PT, seu nome já circula como alternativa para disputar a Presidência da República em 2030, caso Lula não concorra e o PT não apresente uma candidatura viável.

A convenção do PSB ocorre em um momento de reorganização das forças progressistas para enfrentar a extrema direita nas próximas eleições gerais. A reeleição de Lula é prioridade comum entre PSB, PT e demais partidos da base. A entrada de João Campos na liderança socialista sinaliza um esforço para ampliar o diálogo com a juventude, o eleitorado urbano e setores de centro-esquerda que têm se distanciado da política tradicional.

Com a renovação no comando e a manutenção do apoio a Lula, o PSB busca consolidar sua posição como uma das principais forças do campo progressista no país - equilibrando tradição, governabilidade e aposta no futuro.

 Fonte: Poder360