A avaliação negativa do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) apresentou nova alta, atingindo 40%, segundo pesquisa Datafolha divulgada nesta quinta-feira (13) pelo jornal Folha de S.Paulo. O levantamento, realizado nos dias 10 e 11 de junho com 2.004 pessoas em 136 municípios, aponta uma piora na percepção da população em relação à gestão petista. A margem de erro é de dois pontos percentuais.
De acordo com o instituto, o índice de brasileiros que consideram o governo ruim ou péssimo passou de 38% em abril para 40% agora. Ao mesmo tempo, a parcela que avalia o governo como ótimo ou bom caiu de 29% para 28%. Já aqueles que consideram a administração regular representam 31%, enquanto 1% não soube opinar.
Dados gerais da avaliação do governo:
Além da avaliação institucional, o Datafolha também mediu a percepção sobre o desempenho pessoal do presidente. A desaprovação ao trabalho de Lula subiu de 49% para 50%, enquanto a aprovação caiu de 48% para 46%. Outros 3% afirmaram não saber avaliar, número que se manteve estável.
Aprovação pessoal do presidente Lula:
Queda gradual no apoio
Os números revelam uma tendência de desgaste gradual na imagem do presidente e de seu governo, especialmente em um cenário marcado por dificuldades econômicas, como juros elevados, inflação persistente e impasses políticos com o Congresso Nacional.
Embora ainda mantenha apoio considerável entre eleitores do Nordeste e das camadas populares, Lula enfrenta crescente resistência entre os mais jovens, no Sudeste e entre os trabalhadores do setor privado. A queda na avaliação positiva ocorre mesmo com a ampliação de programas sociais e tentativas do governo de reforçar sua presença em temas populares.
Especialistas apontam que parte da insatisfação decorre de expectativas frustradas sobre uma recuperação econômica mais rápida e da percepção de lentidão na articulação política do governo. As tensões com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e o impasse em pautas econômicas também contribuíram para o aumento da rejeição.
Com a popularidade em queda e a oposição ganhando tração nas redes e nos bastidores do Congresso, o governo Lula terá de lidar com um ambiente político mais hostil no segundo semestre. O Planalto aposta na aprovação de medidas econômicas, como a reforma tributária e a desoneração da folha para alguns setores, como caminhos para melhorar sua imagem.
Além disso, a comunicação direta com a população deve ser reforçada. Auxiliares do presidente reconhecem que a base do governo tem falhado em disputar a narrativa pública com mais intensidade.