O ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), utilizou um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) na tarde do último domingo (29) para retornar a Brasília, após participar das festividades de São Pedro na cidade de Ipiaú, no sul da Bahia. O senador e líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT), também embarcou no mesmo voo, que partiu de Salvador às 15h30 e pousou na capital federal às 17h05.
A informação foi confirmada pelo Comando da Aeronáutica, ligado ao Ministério da Defesa. O voo, exclusivo, transportava apenas os dois políticos baianos - nenhum outro passageiro foi registrado na aeronave da FAB.
Rui Costa esteve em Ipiaú no sábado (28), participando dos festejos de São Pedro - uma das mais tradicionais celebrações juninas do interior baiano. O ministro, que é proprietário de uma fazenda na região, posou para fotos ao lado de aliados, como o governador Jerônimo Rodrigues (PT) e outras lideranças locais do partido. Sua presença no evento foi amplamente registrada em redes sociais e blogs da região, reforçando laços com a base eleitoral no interior do estado.
Já o senador Jaques Wagner, embora tenha compartilhado o voo de retorno com Rui, não participou da festa em Ipiaú.
De acordo com informações apuradas pelo Bahia Notícias, o deslocamento dos dois dirigentes petistas teve como objetivo participar de uma reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), realizada no domingo (29) em Brasília. A pauta do encontro girou em torno do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), após o Congresso Nacional derrubar decretos do governo federal relacionados ao tributo.
A equipe econômica do Planalto avaliava, à época, se levaria o impasse ao Supremo Tribunal Federal (STF), buscando reverter os efeitos da decisão legislativa. Rui Costa, como articulador político e ministro da Casa Civil, e Wagner, na função de líder governista no Senado, atuam diretamente na tentativa de alinhar estratégias jurídicas e legislativas.
O uso de aeronaves da FAB por autoridades federais é permitido por decreto, desde que esteja associado a compromissos oficiais de trabalho, por motivos de segurança ou em casos de emergência médica. No caso de Rui Costa e Jaques Wagner, o governo informou que a reunião com o presidente Lula enquadra-se como atividade oficial.
Contudo, a proximidade entre o evento festivo e o uso da aeronave oficial costuma gerar debate sobre os critérios de utilização dos recursos públicos. Especialmente em um momento de restrições fiscais e críticas da oposição, voos exclusivos com autoridades após eventos políticos ou sociais são vistos como sensíveis do ponto de vista da imagem pública.
A movimentação de Rui Costa pela Bahia, especialmente em cidades do interior como Ipiaú, vem sendo observada com atenção por analistas políticos. O ministro é apontado como pré-candidato ao Senado em 2026, em uma possível chapa “puro-sangue” do PT, que incluiria o governador Jerônimo Rodrigues (na disputa pela reeleição) e o próprio Jaques Wagner como fiador político da composição.
A presença de Rui em festejos populares reforça seu capital político no estado e alimenta as especulações sobre um reposicionamento estratégico do PT na Bahia para o próximo ciclo eleitoral.
Fonte: Bahia Notícias