Em um encontro realizado neste domingo, na Malásia, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) solicitou ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que as tarifas aplicadas às exportações brasileiras sejam suspensas durante as negociações comerciais entre os dois países. A reunião, considerada “muito positiva” pelo ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, marcou o início de um diálogo direto entre as lideranças e suas equipes.
Segundo Vieira, o encontro abordou todos os assuntos de forma ampla e sem restrições. “Lula começou dizendo que não havia assunto proibido e renovou o pedido brasileiro de suspensão das tarifas impostas à exportação brasileira durante o período de negociação”, afirmou. O ex-presidente Jair Bolsonaro foi mencionado apenas por Lula, como exemplo da aplicação da Lei Magnitsky a autoridades brasileiras, ressaltando que os processos seguiram todos os ritos legais.
O chanceler detalhou que Trump demonstrou disposição para iniciar imediatamente o processo de negociação bilateral. “O saldo final é ótimo. Trump declarou que dará instruções à sua equipe para que o processo de negociação comece ainda hoje, e um encontro entre representantes dos dois países está previsto para ocorrer nas próximas horas”, afirmou Vieira.
O encontro contou com a presença de representantes diplomáticos e econômicos de ambos os lados. Pelo Brasil, participaram Mauro Vieira e Márcio Elias Rosa, secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços. Pelo lado americano, estiveram presentes o secretário de Estado Marco Rubio, o secretário do Tesouro Scott Bessent e o representante comercial Jamieson Greer.
Vieira descreveu a conversa entre os presidentes como “descontraída” e “muito alegre”. Segundo ele, Trump declarou admirar a trajetória política de Lula, destacando que o presidente já foi eleito duas vezes, enfrentou perseguições políticas, provou sua inocência e retornou para um terceiro mandato.
Durante a reunião, também foi definido que haverá visitas recíprocas entre os dois líderes. “O presidente Trump quer ir ao Brasil e Lula disse que irá com prazer aos Estados Unidos no futuro”, afirmou o chanceler, acrescentando que as agendas oficiais ainda serão definidas.
Márcio Rosa ressaltou que Lula destacou que a motivação usada pelos EUA para elevar tarifas a outros países não se aplica ao Brasil, já que o país apresenta déficit na balança comercial com os Estados Unidos. “Lula mostrou também que nossa pauta comercial e a relação diplomática de mais de 200 anos sempre foram muito boas”, disse Rosa.
O ministro Vieira destacou que Trump não impôs nenhuma condição para iniciar as negociações ou suspender as taxas. A expectativa é que as reuniões bilaterais avancem rapidamente e que soluções sobre tarifas e sanções contra autoridades brasileiras sejam encontradas em poucas semanas.
Sobre a menção ao ex-presidente Jair Bolsonaro, Rosa afirmou que o tema não foi diretamente discutido durante a reunião. “A questão do Bolsonaro apareceu apenas de forma lateral. Lula usou como exemplo a injustiça da aplicação da Lei Magnitsky a algumas autoridades do STF, ressaltando que respeitou-se o devido processo legal e não houve perseguição política”, explicou.
O presidente Lula comentou a reunião diretamente em suas redes sociais. “Tive uma ótima reunião com o presidente Trump. Discutimos de forma franca e construtiva a agenda comercial e econômica bilateral. Acertamos que nossas equipes vão se reunir imediatamente para avançar na busca de soluções para as tarifas e sanções contra autoridades brasileiras.”
O encontro sinaliza um novo momento nas relações comerciais e diplomáticas entre Brasil e Estados Unidos, com perspectiva de negociações rápidas, aproximação política e visitas oficiais que podem fortalecer a cooperação bilateral.
Redação: Rádio Vida, com informações do g1
Nosso Whatsapp (75) 9 8343-6032