O Brasil se despede de um dos seus maiores ícones espirituais. Divaldo Franco, médium e líder espírita, faleceu na noite desta terça-feira (13), aos 98 anos, em Salvador. A causa da morte foi falência múltipla dos órgãos, consequência de um câncer na bexiga diagnosticado em novembro de 2024. Divaldo lutava contra a doença há alguns meses e, apesar de passagens por diversas internações, manteve sua dedicação ao espiritismo e à caridade até os últimos dias de sua vida.
O corpo do médium está sendo velado na Mansão do Caminho, instituição fundada por ele em Salvador, e o velório, aberto ao público, começou às 9h desta quarta-feira (14). A cerimônia segue até as 20h. O enterro será realizado amanhã, às 10h, no Cemitério Bosque da Paz, em uma cerimônia simples, conforme o desejo de Divaldo.
Em nota divulgada nas redes sociais, a Mansão do Caminho comunicou a morte do médium e ressaltou que, embora Divaldo tenha falecido, "seu legado de paz, fraternidade e humanidade viverá eternamente em nossos corações". A instituição, que diariamente acolhe milhares de pessoas em suas várias atividades sociais, ficará fechada até o dia 16 de maio, como forma de luto.
A Mansão do Caminho, um dos principais legados de Divaldo, é um exemplo de sua missão de vida. O local oferece atendimento a mais de 5 mil pessoas por dia, com destaque para a área educacional, que acolhe quase dois mil alunos. Além disso, o departamento de assistência social da Mansão ajuda mais de 500 pessoas em situações de vulnerabilidade, incluindo doentes graves, idosos e gestantes. A instituição também realiza a distribuição gratuita de alimentos e medicamentos.
Natural de Feira de Santana (BA), Divaldo Franco se tornou uma figura central no movimento espírita no Brasil e no mundo. Desde cedo, se inspirou no trabalho de Chico Xavier, a quem considerava um "grande mestre". Em 2019, em uma entrevista, Divaldo destacou a influência de Chico em sua trajetória e falou sobre sua missão no espiritismo: "Não me sinto um continuador do trabalho dele, mas me sinto como alguém envolto, como ele, na propagação do espiritismo", afirmou, com humildade e reverência ao amigo e mentor.
Ao longo de sua vida, Divaldo Franco foi responsável por propagar a doutrina espírita com seriedade e devoção. Através de palestras, livros e projetos sociais, ele tocou a vida de milhares de pessoas, sempre com um forte compromisso com a educação, a solidariedade e a fraternidade.
O corpo de Divaldo foi velado em caixão fechado, conforme sua vontade. A despedida, com a presença de amigos, familiares e admiradores, acontece de forma discreta e respeitosa, refletindo a humildade que sempre marcou sua trajetória. Sua ausência deixa um vazio profundo no espiritismo brasileiro, mas sua obra continuará a inspirar e a transformar vidas por gerações.
Divaldo Franco deixa um legado imensurável, não apenas no campo espiritual, mas também nas ações concretas de ajuda ao próximo, que tanto caracterizaram sua vida e obra. Sua partida deixa o Brasil mais pobre, mas, ao mesmo tempo, sua mensagem de paz, amor e solidariedade permanecerá viva em todos que acompanharam sua trajetória.